“O tempo está passando muito rápido”, é a frase que mais ouvimos.
Ainda ontem éramos adolescentes, quando nos damos conta, estamos formados, tendo filhos. Os filhos que há pouco tempo estavam iniciando o ensino infantil estão prestando vestibular, casando e segue o ciclo da vida.
Ao ver antigas fotos, da turma, das farras, das roupas, o passar dos anos fica mais evidente. Com tudo isso, é normal vir questionamentos como: “o que estou fazendo com minha vida?”, “será que estou no caminho certo?”
Somos invadidos por um angustiante senso de urgência, e somos lembrados que para trilhar determinados caminhos temos que ter saúde, disposição, dinheiro e tempo.
Uma situação comum ocorre com jovens recém-formados que dependem financeiramente dos pais, mas que buscam a independência: ficam tomados pela dúvida entre fazer um intercâmbio ou procurar um estágio ou mesmo um emprego em outra área. Tem também os profissionais que sonham em mudar de carreira mas receiam arriscar, em função das responsabilidades com a família.
Muitos se sentem presos em relacionamentos, mas não sabem se devem permanecer ou não. Desejo de mudar de cidade, de estado, de país. Entrar em uma faculdade aos trinta e cinco, quarenta anos, mudar de curso, ter ou não um filho ou quando ter um filho.
Adotar ou fazer tratamento para engravidar. “Produção independente” ou esperar aparecer um parceiro certo. Realizar ou não uma viagem. Comprar um carro ou dar entrada em um apartamento.
Somos influenciados por exemplos de sucesso, seja por biografias de pessoas famosas ou mesmo de amigos. Da mesma forma somos influenciados e amedrontados por alertas de histórias de fracasso. São tantas coisas em jogo, e, enquanto você pensa o tempo vai passando.
Ao pedir opiniões e sugestões, parece que a indecisão aumenta. O resultado de tudo isso é uma sensação de paralisação. As vezes ficamos bravos, envergonhados e descrentes, a autoconfiança vai minando. Medo de ficar igual “aquela pessoa” que estacionou na vida. Quem não conhece alguém assim? Quando a única mudança aparente são as marcas no rosto e os quilos a mais?
O que fazer então para sair do labirinto da dúvida? Não são soluções prontas, pois não há receita de bolo para os dilemas da vida, certo?
Mas, segue cinco dicas valiosas para que você consiga tomar melhores decisões e com mais confiança.
1 – Ter consciência de que o serve para o outro não servirá necessariamente para você. As pessoas são diferentes. Cada um tem sua personalidade, sua história, sua estrutura emocional. Seus dons, talentos, habilidades. Por isso não dá para se comparar. Podemos sim, nos inspirar em histórias de sucesso, seja de amigos ou biografias.
Devemos também fazer uso do exemplo do insucesso alheio, mas como alertas e cuidados a serem tomados, não para desistir dos nossos planos. Lembra de quando era criança e você falava que a classe toda tirou nota baixa e seus pais diziam que você não é a classe toda? Pois é, você não é os outros. Parece tão óbvio, mas nem sempre praticado.
2 – Acesse seu “waze” interno. Gosto muito de usar a analogia do aplicativo de trânsito. Muito se diz a respeito da importância dar ouvidos a intuição. No entanto, é normal também não conseguirmos identificar e diferenciar a intuição entre o que é desejo, e o que “seria o certo a fazer”.
Quando penso no “waze interno” entendo como uma composição de elementos como: conhecimento, informação, desejo, prudência.
Bem diferente de ser motivada pelos instintos. O “waze interno” é como um acordo entre o desejo e a razão. Mas atenção, o aplicativo só funciona para quem se conhece, ou está disposta a trilhar o caminho do autoconhecimento, nem sempre suave, e ocasionalmente doloroso.
3 – Deixa a vergonha de lado. E também o orgulho. Impressionante como muitas decisões são pautadas pelo orgulho ou pela vergonha e medo do que os outros vão pensar. Por mais que as pessoas preguem discursos como “não ligo para o que vão dizer” ou “não devo nada para ninguém, sou eu que pago minhas contas”, na prática não é bem isso que acontece. Decisões pautadas somente pela ânsia de prestigio e em nome do ego também não são vantajosas a longo prazo. Muitas vezes o olhar do outro ainda acaba prevalecendo sobre a própria felicidade.
4 – Repense o seu “eu ideal”. Querer ser o que não é, se impondo padrões e viver se punindo é uma forma certa de tomar decisões erradas. Diferente de auto complacência ou pensar pequeno, a melhor forma de tomar boas decisões começa na decisão de se conhecer e buscar ser uma pessoa autêntica.
5 – Por fim, quero compartilhar um precioso conselho da sabedoria dos índios americanos, dos Ensinamentos de Juan, de Carlos Castaneda.
“Um caminho é só um caminho” diz o índio ancião Don Juan Matus. Este caminho é do coração?"
Se tem, o caminho é bom; do contrário não tem serventia nenhuma.”O caminho seguido com o coração faz de uma jornada algo maravilhoso, contanto que você siga de maneira correta, você e este caminho se tornam um só”.
Este caminho faz de você uma pessoa mais forte enquanto um caminho seguido sem coração o enfraquece.
Gisele Ventura Essoudry
Psicóloga, Coach e Orientadora Profissional
CRP 061181106
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