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Foto do escritorGisele Essoudry

A patologia do “deveria”

O que a autocobrança em excesso faz com você


A patologia do “deveria” - Gisele Essoudry - Psicóloga

Crescemos acreditando que TEMOS que realizar tarefas e atividades sempre com um objetivo final relevante, como: ganhar dinheiro, obter reconhecimento ou mesmo sermos aceitos e amados.


Isso é tão automático e arraigado que normalmente não tomamos consciência.


Não sabemos mais até onde fazemos algo porque queremos, gostamos, devemos ou “é o certo a fazer”, ou porque acreditamos que vai trazer um retorno.


Faça uma análise das coisas que você faz no dia a dia; quais delas são da ordem do TEM QUE, os deveres e quantas você realiza porque quer, gosta e deseja?


Despender grande parte do tempo em eventos ou com companhias que você nem aprecia tanto somente para cumprir protocolos, dedicar boa parte da semana atendendo demandas e exigências de outras pessoas, frequentar cursos maçantes esperando que virá uma promoção, um aumento, prestígio.


Isso sem falar daquelas coisas que você ainda não faz, mas ficam martelando na sua cabeça, te lembrando o tempo todo o quanto está sendo displicente e perdendo oportunidades.


Como assim Gisele?


Está desestimulando que tenhamos metas e objetivos? Onde fica a persistência, a determinação, os resultados, a performance, o MEU SUCESSO?


O que estou propondo é que experimente se permitir a dar vazão aos desejos que muitas vezes são tão simples mas que gratificam a alma, e são ignorados, sufocados, abafados em nome dos TEM QUE ou DEVERIAS.


É fato que para atingir objetivos maiores é necessário fazer sacrifícios, a proposta aqui não é levar a vida na flauta, nem um culto ao hedonismo. Mas para cumprirmos os deveres, ou as atividades que não sentimos como agradáveis mas que são necessárias é preciso combustível para nos sentirmos revitalizados, que é justamente as atividades que podem ser muito simples mas dão prazer.


O sentimento de estar sempre devendo leva ao aborrecimento consigo mesmo, a crer que o que faz nunca é suficiente, leva a uma autocobrança cada vez maior gerando procrastinação e um ciclo vicioso comprometendo a autoimagem e autoconfiança.

A primeira dica é refletir sobre o sentido daquilo que você se propõe a realizar. É genuíno, autêntico ou necessário?


A segunda é reconhecer suas conquistas, nas suas realizações ao invés de focar na falta, nas suas falhas. Se acredita que não realizou nada de consistente ou significativo é hora de rever tudo!


Por fim, quero compartilhar com vocês uma idéia que achei bem interessante o ”note-faça”.


No livro “Não apresse o Rio, ele corre sozinho”, a escritora Barry Stevens relata suas experiências durante um curso para terapeutas guiado por Fritz Pearls.


Em alguns momentos ela se percebe entediada e desvitalizada e se dá conta que tem funcionado no modo automático, desempenhando as atividades como um autômato e sentia-se paralisada tentando desenvolver um material escrito, não saia nada.


Pausou por um tempo a tarefa que não fluía e dedicou se a atividades que tinha vontade de realizar apenas pela motivação, curiosidade e desejo. O resultado foi que voltou a vitalidade e a motivação.


Isso me faz pensar nas crianças quando estão brincando. Não estão pensando em agradar, cumprir regras ou atingir objetivos, estão apenas sendo.

Da sua lista de tarefas o que faz e o que não faz realmente sentido?


Descubra atividades simples que te energizam, ou que você tem vontade de fazer simplesmente pela vontade como a criança que brinca ou faz um desenho.


Gisele Ventura Essoudry

Psicóloga, Coach e Orientadora Profissional

CRP 061181106


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