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Foto do escritorGisele Essoudry

Ansiedade. Como identificar, tratar e como ajudar seu filho (a)?



Quem nunca sentiu aquele frio na barriga, aperto no peito, sensação de que algo ruim está prestes a acontecer sem explicação?

A ansiedade tem várias facetas, se apresenta de forma diferente para cada pessoa variando os sintomas e as circunstâncias.


Aceleração dos batimentos cardíacos, respiração curta e rápida, ranger os dentes, roer unhas, insónia, "tiques", comer compulsivamente, balançar incessante das pernas são sinais e sintomas de ansiedade. Assim como mente acelerada e pensamentos desorganizados.


Gastrite e problemas no sistema digestivo, dermatites, enxaqueca, também podem indicar que se trata de uma pessoa ansiosa. Vale ressaltar que esses sinais não necessariamente aparecem juntos. E algumas pessoas sentem de forma muito discreta.


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo.

A percepção desse quadro entre as pessoas está cada vez maior, e a busca por esse tema no país lidera o ranking das pesquisas, de acordo com o "Report Anual da Saúde Mental dos Brasileiros".


Mas atenção: não confundir ansiedade com crise de ansiedade nem transtorno de ansiedade, vamos elucidar no decorrer do texto.


O que é ansiedade?


A ansiedade é um sentimento de angústia representado por um conjunto de sintomas. Tais angustias nem sempre conseguimos identificar. Algumas podem estar em um nível inconsciente.


Para resumir, e ficar mais didático, essas angústias são no final das contas MEDOS


Medo da morte, de perder alguém querido, medo de doenças, de castigos, medos religiosos, medo de passar vergonha, medo de ser ridicularizado, medo da rejeição, de não ter amigos, de enlouquecer, de repetir o ano, de decepcionar os pais, professores, medo de perder o emprego, de ficar pobre e não poder pagar as contas, etc.


Lembrando que muitas vezes esses medos são inconscientes, ou seja, a pessoa NÃO SABE NOMEAR! Esses medos variam de pessoa para pessoa.


Todo mundo sente ansiedade?

Sim. Ansiedade é uma defesa, um sinal de alerta, ou seja, todos sentimos ansiedade. O oposto desta seria a apatia. Como diz o ditado:


"A diferença entre o remédio e o veneno é a dose"


Ou seja, a ansiedade tem uma função de existir, ela nos impulsiona para agir, para a autodefesa e para correr atrás dos nossos objetivos.

Acontece que quando a ansiedade é excessiva, é como se a pessoa tivesse o sinal de alerta ligado o tempo todo.

A pessoa ansiosa se sente ameaçada com frequência e potencializa os acontecimentos, em uma tentativa de controlar o ambiente, tem pensamentos antecipatórios e muitas vezes catastróficos.


O que causa a ansiedade?


Vamos combinar que é difícil hoje em dia não sentir ansiedade.


COVID, guerra, situação económica, competitividade, pressão por resultados, pressão escolar, notícias ruins. São exemplos de fatores ambientais que potencializam a ansiedade.


Por outro lado, a personalidade da pessoa, bem como suas crenças em relação a vida e ao mundo pode ser um facilitador para o desenvolvimento da ansiedade.


Pessoas que se cobram muito, por exemplo costumam ser mais ansiosas. Já se pressionam naturalmente, aí quando se deparam com uma cobrança externa ou no caso de jovens, quando a época de provas de aproxima, a ansiedade tende a aumentar.


Ou pessoas que cresceram em um ambiente rígido, ou mesmo com uma religiosidade baseada na culpa e castigo.

Pessoas que tem propensão a ansiedade, mas estão em um momento de vida tranquilo, como por exemplo férias, ou frequentando ambientes onde se sintam seguras e acolhidas, estão menos propensas a cair em “gatilhos" que são situações que disparam a ansiedade. Mas isso não é uma regra.


Depende do grau de ansiedade que essa pessoa sofre e depende também dos fatores internos, ou seja, das suas crenças e do funcionamento do seu mundo mental.


Conclusão: a ansiedade é causada por fatores internos (mente) e externos (ambiente).

A ansiedade também pode surgir em decorrência de traumas ou de experiências desagradáveis. Ou mesmo pessoas que foram super protegidas que cresceram com a ideia de incapacidade ou de viverem em um mundo ameaçador.


IMPORTANTE SABER: Ansiedade, crise de ansiedade ou TAG (transtorno de ansiedade generalizada)?


Existe muita confusão nesse sentido. Clareando:


Ansiedade – angústia, inquietação, decorrente do medo, o que é normal sentir. Por exemplo, se sentir ansiosa antes de um evento importante, uma viagem, uma cirurgia, uma prova. Se várias situações causam ansiedade, é motivo para buscar ajuda profissional.


Crise de ansiedade - pode ser desencadeada por um evento ameaçador, ou em uma fase em que a pessoa se sente muito estressada. Em uma crise, normalmente aparecem os sintomas descritos no início do texto: batimentos cardíacos e respiração acelerada, falta de ar, confusão mental, enjoo, tontura, impulso de fugir da situação, choro (não necessariamente todos os sintomas). Uma pessoa que não sofre de transtorno de ansiedade pode ter uma crise eventualmente.


TAG (Transtorno de ansiedade generalizada) – as crises aparecem com frequência e sem um motivo aparente. A qualidade de vida da pessoa fica comprometida. Está o tempo todo em estado de alerta. Necessária ajuda profissional.


Mudar o ambiente ou mudar internamente?


Nem sempre é possível mudar o ambiente. Mas claro, que se você ou seu filho está se submetendo a um ambiente hostil e ameaçador e se for possível realizar algum ajuste, será muito positivo. Mas, não é o suficiente. É fundamental o fortalecimento emocional, bem como a mudança de crenças negativas em relação ao mundo e as pessoas.


Como ajudar o seu filho (a) que sofre com ansiedade?


Em primeiro lugar, acreditando de verdade no potencial e na capacidade de superação. Às vezes, nós mães ou pais, tendemos a projetar nossos medos e nossas fragilidades nos filhos. E isso é comum, mas os deixa impotentes e amedrontados.

Precisamos estar atentos e lembrar que eles têm suas próprias forças, qualidades e acreditar realmente nisso.


Aponte a eles seus pontos positivos, jamais coloque-os em uma posição de coitadinhos, e tampouco invalide seus sentimentos, na linha do "esquece isso, isso é bobagem..." ou pior, jamais mostre indiferença aos seus sentimentos dizendo que é frescura.


Incentive o fazer atividades que gostam, esportivas, artísticas. Mesmo que estejam sobrecarregados com a vida escolar, é importante essa descarga de energia.


Incentive também pela busca pelo auto conhecimento. Mostre que o mundo, a vida, as pessoas tem coisas boas! Busquem saídas juntos. E claro, a terapia é de grande ajuda.


Como sei se é necessário buscar ajuda profissional


Se está afetando a qualidade de vida, comprometendo o andamento das tarefas cotidianas, as relações, trazendo consequências físicas é sinal de que é necessário buscar ajuda profissional. Primeiramente recorra a um bom psicólogo, e o mesmo encaminhará para o atendimento em conjunto com psiquiatra caso detecte a necessidade.



Ansiedade tem cura?


Como disse no início do texto, a ansiedade é normal, todos sentimos ansiedade e ela tem sua função na vida diária. Mas se estamos falando de uma ansiedade excessiva ou da TAG falamos em tratamento e controle.


Com a terapia e mudança de crenças e pensamentos, as crises tendem a espaçar e diminuir sua intensidade. de modo que a ansiedade passa a não ser mais um obstáculo na vida da pessoa nem um fator de sofrimento.


O que mais pode contribuir com o tratamento da ansiedade?


Práticas esportivas ou artísticas. Cultive relacionamentos saudáveis, lazer. Evite o excesso de celular e redes sociais. O celular, o contato com notícias, grupos, excesso de informação e comparação podem agravar a ansiedade.


Busque ter uma vida organizada, em todos os sentidos, inclusive financeiro. O auto conhecimento é importante. Por exemplo, se você descobre que o trânsito e longos percursos atrapalham seu dia e te deixam ansiosa, reorganize sua vida, priorizando atividades on line por exemplo.


Qualquer dúvida terei o prazer em responder!


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Gisele Essoudry

Psicóloga CRP 061118106

Ansiedade - Artigo do blog - Gisele Essoudry - Psicóloga

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